segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O mito da caverna e o conhecimento do mundo

Uma das passagens mais conhecidas da literatura universal o mito platônico apresenta-se como o de maior campo de aplicação. Educação, política, religião, Epistemologia, são campos onde podemos aplicar os conteúdos existentes no mito da caverna. Se quisermos utilizar uma metáfora poderíamos comparar os ensinamentos do mito a molas comprimidas que ao serem liberadas exercem força sobre tudo que se coloca à sua frente. Tomemos, portanto, o mito de uma perspectiva filosófica. As personagens imaginadas por Platão encontram-se acorrentadas as suas opiniões, as projeções que se apresentam a eles tornam-se reais, visto que só conhecem aquilo. Não lhes chega a mente a possibilidade de existência fora daquela “realidade”, esses homens sofrem do pior mal da existência humana, a ignorância, esta para Platão é o pior dos vícios, a mais vil condição humana. Ao libertar-se e sair da caverna um desses prisioneiros depara-se com outro mundo diferente do seu, neste mundo ele percebe que aquilo que via no fundo da caverna não passam de falsidades diante do original, sombras imperfeitas de um mundo maior, a não dependência de uma luz artificial (a fogueira – artifícios utilizados pelos homens para “explicar” seu mundo e manter-se no estado de ignorância, no mundo da opinião) causa-lhe surpresa e alegria, a luz do Sol permite-lhe ver mais, de início com bastante dificuldade, depois com a surpresa e alegria de uma criança que descobre o mundo, ele deseja compartilhar sua descoberta, contudo mal interpretado, é jogado para fora de seu abrigo subterrâneo. O filósofo vive assim, e alguns morrem por isso, eles descobrem que o mundo pode ser visto de outros modos e ao compartilhar com seus companheiros, defrontam-se com uma viagem solitária que vai da simples aparência em direção à essência. Conhecer é lembrar. É re-conhecer. É superar as sombras ilusórias de nossa realidade em busca de uma superior, onde sejam eternas e perfeitas a formas e ideias, e não transitórias e imperfeitas as representações. Sandro Amorim

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